Doenças da Glândula Supra-renal ou Adrenal

A glândula adrenal está localizada acima dos rins e é importantíssima para a secreção de hormônios que regulam o funcionamento do corpo!

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Elas contribuem de modo significativo para a regulação da resposta adaptativa do organismo ao estresse, na manutenção do equilíbrio da água corporal, do sódio e do potássio, bem como no controle da pressão arterial.

Dentre os hormônios produzidos pela glândula adrenal, temos:

  • Adrenalina, noradrenalina e dopamina;
  • Cortisol;
  • Aldosterona;
  • DHEA e SDHEA (hormônio andrógeno que dá origem à testosterona);

Entendendo os hormônios adrenais e suas alterações

As doenças da glândula adrenal são raras e por isso, muitas vezes, não são lembradas pela maioria dos médicos não especialistas, o que gera um subdiagnóstico e consequentemente a falta ou atraso do tratamento adequado. Abaixo listamos os principais hormônios produzidos pela supra-renal e suas ações, bem como as doenças relacionadas e seus sinais e sintomas.

Adrenalina, noradrenalina e dopamina

Também chamados de catecolaminas, seus efeitos biológicos ocorrem em todo o corpo: constrição de vasos, aumento da contratilidade do coração, relaxamento intestinal e contração dos esfíncteres intestinais, dilatação da pupila, produção hepática de glicose, etc.

Em situações de estresse, esses hormônios são liberados para manter a pessoa em estado de “luta e fuga”, ou seja, alertas e com todas as funções orgânicas adaptadas ao estado de estresse.

Existem, no entanto, doenças nas quais ocorre produção excessiva desses hormônios: são os chamados feocromocitomas (tumores adrenais produtores de catecolaminas) e os paragangliomas (tumores produtores de catecolaminas, porém localizados em outros locais que não as adrenais). A maioria desses tumores é benigna. Tumores malignos representam cerca de 10% de todos os feocromocitomas e 15 a 35% dos paragangliomas.

Os sintomas de feocromocitoma incluem:

  • Dor de cabeça;
  • Palpitações;
  • Hipertensão;
  • Palidez;
  • Tremores;
  • Fraqueza ou fadiga intensa;
  • Outros menos comuns (dor torácica, falta de ar, ansiedade e nervosismo, dormência, visão turva, etc).

Cortisol

O cortisol é um glicocorticoide que exerce efeitos multissistêmicos, visto que praticamente todas as células expressam seus receptores. Desempenha um importante papel na regulação do equilíbrio da glicose, aumentando os níveis de glicemia. Além disso, atua ainda no osso e na cartilagem, possui efeitos catabólicos (diminui massa magra), modula a resposta imune, exerce vasoconstrição, atua no sistema nervoso central (modulando a percepção e a emoção), etc.

A condição resultante da exposição prolongada a quantidades excessivas de glicocorticoides é denominada Síndrome de Cushing (SC). Pode ser fruto da administração terapêutica prolongada de glicocorticoides (SC exógena ou iatrogênica) ou, bem menos frequentemente, da hiperprodução crônica de cortisol (SC endógena).

A Síndrome de Cushing endógena pode ter origem na glândula adrenal (por tumores produtores de cortisol – geralmente benígnos, ou ainda por uma condição chamada hiperplasia adrenal), ou por origem na glândula hipófise (por tumores hipofisários produtores de ACTH – que é o hormônio que “controla” a produção de cortisol pela adrenal – também benígnos em sua maioria).

Uma condição mais rara é a produção excessiva de ACTH por tumores localizados em outras partes do corpo, sendo a fonte mais comum um tipo específico de câncer de pulmão (carcinoma pulmonar de células pequenas).

Os sintomas da Síndrome de Cushing incluem:

  • Ganho de peso/obesidade, com acúmulo de gordura em abdome;
  • Fraqueza muscular; edema;
  • Giba de búfalo;
  • Face arredondada (face em “lua cheia”);
  • Hipertensão;
  • Elevação da glicose sanguínea, diabetes secundário;
  • Elevação do colesterol e triglicerídeos;
  • Hirsutismo (excesso de pêlos);
  • Rubor facial;
  • Alterações menstruais;
  • Alterações de humor, depressão;
  • Osteopenia, osteoporose e fraturas ósseas;
  • Em crianças: atraso do crescimento e ganho de peso.

Aldosterona

A aldosterona, um mineralocorticóide, por sua vez, controla o equilíbrio da água, sódio e potássio no nosso organismo.

O hiperaldosteronismo primário (HAP) é a condição na qual ocorre produção excessiva e relativamente autônoma de aldosterona na glândula adrenal, sendo a principal causa o adenoma produtor de aldosterona (tumor de Conn – condição benígna).

Os sintomas do HAP incluem:

  • Hipertensão;
  • Potássio baixo (em cerca de 30% dos casos).

Incidentaloma adrenal

Os incidentalomas adrenais constituem massas adrenais de 1 cm ou mais de diâmetro descobertas ao acaso durante exames de imagem para investigação de distúrbios não relacionados com patologias adrenais.

Quando encontrados, devem ser investigados quanto a produção exagerada de hormônios (dosagens hormonais no sangue e na urina) e, deve ser realizada tomografia de abdome com protocolo para adrenais com o intuito de avaliar o tamanho e as características do tumor quanto a impregnação do contraste. Essas informações serão úteis para estimar as chances de malignidade e portanto, definir se será necessária ou não cirurgia.

Motivos para procurar um endocrinologista

A suspeita de uma doença endocrinológica e especificamente das glândulas adrenais, que devem motivar uma consulta com o Endocrinologista são:

  • Aumento de peso;
  • Hipertensão em jovens;
  • Hipertensão de difícil controle;
  • Paroxismos (episódios súbitos de pressão alta, dor de cabeça, palpitações e rubor facial);
  • Aumento de pêlos;
  • Surgimento de estrias violáceas;
  • Face arredondada ou em “lua cheia”;
  • Irregularidades menstruais;
  • Fraturas ósseas sem causa que justifique (por exemplo: queda da própria altura ou fraturas após baixo impacto);
  • Osteopenia ou osteoporose em mulheres antes da menopausa ou em homens com menos de 70 anos;
  • Puberdade precoce;
  • Atraso do crescimento em crianças;
  • Nódulo em adrenais

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