Atualmente, é uma patologia muito frequente na população mundial e também entre os brasileiros, gerando preocupações, uma vez que sabemos das suas diversas complicações, a exemplo do risco cardiovascular aumentado.

Nós, Endocrinologistas, somos os profissionais capacitados para atender pacientes obesos, no sentido de auxiliar na perda de peso e prevenir as complicações associadas.

Como é feito o diagnóstico da obesidade?

Embora existam diversos parâmetros para classificar um indivíduo como obeso, a avaliação mais utilizada ainda é o IMC – Índice de massa corporal. Para que o cálculo seja feito, utiliza-se o peso e a altura do indivíduo.

A partir do resultado, o paciente pode ser classificado como abaixo do peso, com peso normal, sobrepeso ou em um dos graus de obesidade. Apesar de esta ser uma fórmula frequentemente utilizada, ela não leva em conta os variados aspectos do indivíduo – como sexo, percentual de gordura e massa magra, estado hormonal, presença de comorbidades, e outros.

Ao consultar um Endocrinologista, o paciente passa por uma avaliação completa, levando em conta o seu estado metabólico e hormonal, o que resulta em uma classificação mais fidedigna.

Qual o papel do endocrinologista?

O Endocrinologista irá, primeiramente, investigar se há alguma doença que esteja contribuindo para o excesso de peso, como compulsão alimentar, distúrbios da tireoide, menopausa (em mulheres), e outras. Para identificar essas condições, alguns exames são solicitados, assim como todo o histórico médico passado é investigado. Além disso, é importante avaliar fatores no estilo de vida que possam estar influenciando no peso, como os hábitos alimentares e a prática regular de atividades físicas. Existem basicamente quatro tipos de perfis alimentares (beliscador, compulsivo, compulsivo noturno e binge eating) e identificar qual o seu perfil possibilitará ao Endocrinologista uma abordagem individualizada, permitindo o sucesso no tratamento.

Em um segundo momento são buscadas complicações já manifestadas da obesidade. Por exemplo, o cálculo do risco cardiovascular deve ser feito para estimar as chances de ocorrência de um infarto ou AVC; e também, a glicemia é medida para avaliar a existência de diabetes ou pré-diabetes.

Depois de ter todos os dados citados acima, é possível decidir em conjunto qual a melhor opção de tratamento para o paciente.

Quais os tratamentos da obesidade disponíveis?

A obesidade é uma doença multifatorial e que merece uma ampla abordagem terapêutica, envolvendo não apenas nós médicos, como também outros profissionais da saúde.

Cada indivíduo merece uma atenção especial e adequação das possibilidades terapêuticas dentro do seu contexto, mas, de um modo geral, as seguintes opções devem ser consideradas:

1) Tratamento de doença base: como já explicado anteriormente, a obesidade pode ter contribuição de uma outra doença, como o hipotireoidismo. Sendo assim, cabe ao Endocrinologista oferecer o tratamento para esta patologia.

2) Mudança de hábitos: para que a perda de peso seja possível e a saúde possa ser proporcionada em maior grau, inclusive buscando a manutenção do peso perdido, é preciso que os pacientes estejam conscientes da necessidade de mudar de hábitos de vida. Dentre essas mudanças, podemos destacar:

• Necessidade de praticar atividade física regularmente;
• Mudança dos hábitos alimentares, preferencialmente investindo na reeducação;
• Abandono do álcool, tabagismo e quaisquer outros vícios.

3) Prevenção das complicações: o Endocrinologista também tem o papel de prevenir e/ou amenizar as complicações associadas à obesidade. Por exemplo, muitos pacientes obesos são diagnosticados como diabéticos ou pré-diabéticos, merecendo atenção especial.

4) Prescrição de medicamentos: embora nem todos os indivíduos necessitem de medicamentos, quando houver esta necessidade, seremos os responsáveis pela prescrição, ajuste de dose e monitoramento do tratamento.

5) Cirurgia Bariátrica: é um procedimento cirúrgico realizado no trato gastrointestinal de pacientes com obesidade com o objetivo de reduzir a ingestão e/ou absorção de alimentos e, com isso, levar a perda significativa do peso corporal. A cirurgia deve ser realizada por um cirurgião especializado, e o acompanhamento pré e pós cirurgia bariátrica deve ser feito por uma equipe multiprofissional, envolvendo Endocrinologista, Nutricionista, Psicólogo e, em alguns casos, Psiquiatra. As técnicas comumente utilizadas muitas vezes levam a deficiência de nutrientes e vitaminas, que devem ser periodicamente checados e repostos. Além disso, devemos sempre lembrar que a obesidade é uma doença crônica que requer vigilância e acompanhamento mesmo após a cirurgia bariátrica.

Através do acompanhamento regular, o paciente será encorajado a modificar seu estilo de vida, progredir na perda de peso e utilizar medicamentos quando necessário. Cada vez mais temos diversos medicamentos disponíveis para tratar a Obesidade e a escolha adequada depende de uma anamnese detalhada para identificar o perfil alimentar de cada indivíduo, bem como a presença de contra-indicações para uso de determinadas medicações, possibilitando um tratamento seguro e eficaz.

Prevenção

Embora existam fatores genéticos para o desenvolvimento da obesidade, é possível prevenir-se através da adoção de hábitos de vida saudáveis, como alimentação balanceada e prática regular de atividades físicas.

Quer saber mais sobre o que você pode fazer para prevenir a obesidade e suas complicações? Agende uma consulta com o Endocrinologista de sua confiança!