Doenças da Tireoide  Causas, sintomas e tratamentos! 

Hipotireoidismo, hipertireoidismo, nódulos tireoidianos… nomes complexos que muitas vezes assustam quando aparecem como resultados de exames.

Se você ou alguém da sua família recebeu um diagnóstico de doença da tireoide ou tem  dúvidas sobre essas doenças e seus sinais e sintomas, continue lendo.

O que é Tireoide?

A tireoide é uma glândula localizada no pescoço, logo abaixo do pomo de adão, que produz hormônios importantes para a regulação de funções do organismo. Todos nós possuímos tireoide e o bom funcionamento dela é fundamental para a nossa saúde.

Hipotireoidismo: Causas, sintomas e tratamento

O hipotireoidismo é a síndrome clínica decorrente de redução da concentração ou de ação dos hormônios tireoidianos em nosso corpo, resultando em queda do metabolismo e prejuízo das atividades biológicas que dependem do estímulo dos hormônios tireoidianos para acontecerem.

Essa doença é bem mais comum em mulheres e aumenta com a idade, mas também pode acometer homens e crianças.

Os principais sinais e sintomas do hipotireoidismo são:

  • Cansaço, astenia, fraqueza, indisposição;
  • Sonolência;
  • Pele fria e seca;
  • Cabelos finos e secos, queda de cabelo;
  • Fragilidade das unhas, cabelos, perda de cílios e sobrancelas;
  • Retenção de líquido e edemas;
  • Dificuldade de perder peso;
  • Perda de apetite;
  • Intolerância ao frio;
  • Lentificação do raciocínio e da fala;
  • Irregularidade menstrual ou ausência de menstruação;
  • Redução da libido (desejo sexual);
  • Constipação intestinal;
  • Alterações de humor, como depressão;
  • Déficits de memória e atenção;
  • Dores nas articulações;
  • Risco aumentado para glaucoma;
  • Apneia obstrutiva do sono;
  • Síndrome do túnel do carpo.

A principal causa do hipotireoidismo é a Doença de Hashimoto, uma doença auto-imune na qual anticorpos produzidos pelo nosso sistema imune “atacam” a tireoide, provocando uma inflamação crônica e destruição do seu tecido. Outras causas são: tratamento prévio com iodo para hipertireoidismo, radioterapia na região do pescoço, uso de medicamentos tóxicos para tireoide, uso de lítio ou medicamentos ricos em iodo (como a Amiodarona), cirurgia prévia para retirada total da tireoide ou ainda defeitos congênitos que atrapalhem a produção e liberação dos hormônios tireoidianos.

Caso você note algum desses sintomas ou apresente fatores de riscos para desenvolver hipotireoidismo, é interessante visitar seu Endocrinologista.

O tratamento envolve o uso diário de medicação para reposição dos hormônios que não estão sendo produzidos da maneira correta. A dose da medicação deverá ser avaliada periodicamente pelo seu médico e alterada caso seja necessário.

Hipertireoidismo: Causas, sintomas e tratamento

O hipertireoidismo é exatamente o oposto do hipotireoidismo. Nesse caso a tireoide está produzindo os hormônios T3 e T4 em quantidades elevadas. Com isso, nosso metabolismo fica acelerado, com hiperfunção dos órgãos, que podem entrar em falência.

A principal causa do hipertireoidismo é a Doença de Graves, que assim como a tireoidite de Hashimoto também é causada por anticorpos. Mas nesse caso, os anticorpos que se ligam a tireoide não a destroem, pelo contrário, a tornam hiperativada por estimularem excessivamente os receptores da glândula.

Dentre as causas de hipertireoidismo, temos:

  • Doença de Graves (já citada);
  • Nódulos tireoidianos produtores de hormônios (bócio nodular tóxico ou bócio multinodular tóxico);
  • Inflamação subaguda da tireoide (na qual ocorre destruição da tireoide e liberação dos hormônios pré formados);
  • Ingestão excessiva de iodo;
  • Uso de medicações ricas em iodo (como Amiodarona)

Como já dito, no hipertireoidismo o metabolismo e as funções dos órgãos se tornam exacerbadas, sendo os principais sinais e sintomas listados abaixo.

  • Perda de peso;
  • Aumento da fome;
  • Palpitações e arritmias;
  • Aumento da pressão sistólica;
  • Insuficiência cardíaca congestiva (edema nos membros inferiores, falta de ar);
  • Tremores;
  • Pele fria e pegajosa;
  • Intolerância ao calor e sudorese excessiva;
  • Fraqueza muscular;
  • Diarreia ou aumento do ritmo intestinal;
  • Alterações do humor, como irritabilidade e nervosismo;
  • Insônia;
  • Aumento do pescoço, também chamado de bócio;
  • Alterações nos olhos, como vermelhidão, lacrimejamento, dor e exoftalmia (“olhos para fora”)

Ao perceber algum desses sintomas, o mais indicado é procurar um Endocrinologista para que ele faça uma avaliação clínica e solicite os exames necessários para o diagnóstico do hipertireoidismo, pois muitos desses sinais e sintomas também podem ocorrer em outras condições.

Existem três modalidades de tratamento para o hipertireoidismo: medicamentos, iodoterapia (explicaremos mais detalhadamente em outro momento), ou cirurgia.

Os medicamentos utilizados atuam diminuindo a produção de hormônios pela tireoide . Com eles, é possível controlar o hipertireoidismo e levar a remissão da doença em uma parte dos pacientes (30 a 50% dos casos), com a suspensão após 12 a 18 meses de uso.

Já a iodoterapia é a ingestão de iodo radioativo por via oral, que irá, na maioria das vezes, resolver o hipertireoidismo, podendo, no entanto, levar a destruição permanente desta glândula, causando hipotireoidismo. Nesse caso, será necessário adotar o tratamento do hipotireoidismo decorrente da iodoterapia (reposição diário do hormônio tireoidiano – levotiroxina).

A cirurgia, por sua vez, é a terceira modalidade de tratamento e consiste na retirada de toda a glândula tireoide (tireoidectomia total), o que resolverá o hipertireoidismo mas levará ao hipotireoidismo. A tireoidectomia é indicada quando existe alguma contraindicação ao tratamento com iodo radioativo, e deve ser realizada por um cirurgião de cabeça e pescoço, que é o especialista nesse tipo de cirurgia.

Todos os tratamentos devem ser discutidos com seu médico endocrinologista que é o melhor profissional para te orientar sobre o seu caso em específico.

Nódulos tireoidianos: Causas, sintomas e tratamento

Um nódulo tireoidiano é uma lesão dentro do tecido da tireoide que tem características radiologicamente distintas do tecido ao redor. Pode ser palpável ou não, dependendo de seu tamanho e profundidade e da experiência de quem palpa.

O mecanismo de formação de um nódulo tireoidiano é pouco entendido. Acredita-se que fatores de crescimento (como o hormônio estimulador da tireoide) atuem diretamente nas células foliculares da tireoide. Parece que esses fatores estão também envolvidos em mutações que, em muitos casos, determinariam o surgimento da doença nodular tireoidiana.

Mulheres e idosos são mais propensas ao surgimento de nódulos, que na maioria dos casos não provocam sintomas. Em casos de nódulos grandes o paciente pode sentir dificuldade de engolir, mudança na voz ou até mesmo falta de ar.

A grande importância no diagnóstico e acompanhamento dos nódulos tireoidianos, apesar de a maioria representar lesões benignas, é descartar a possibilidade de câncer da tireoide, que ocorre em 5 a 10% dos casos em adultos e em até 26% em crianças. O fato de mais de um nódulo não aumenta o risco de câncer, mas sim o seu tamanho e características.

Os nódulos poderão ser identificados pelo seu médico endocrinologista durante uma consulta de rotina, mesmo que você sequer tenha apresentado sintomas, uma vez que é parte da consulta a palpação da sua tireoide justamente visando identificar possíveis alterações.

Após a identificação de um nódulo tireoidiano, será preciso realizar exames como: ultrassonografia, nível de TSH e outros hormônios relacionados à tireoide. A punção de tireoide nem sempre é necessária, dependendo do tamanho e das características ultrassonográficas do nódulo. Quando indicada, seu Endocrinologista realizará o exame no próprio consultório, pois é um procedimento rápido e simples.

Caso o seu nódulo seja benigno e não esteja causando sintomas, o médico poderá indicar apenas o acompanhamento do crescimento desse nódulo. Caso existam sintomas, o nódulo seja cancerígeno ou esteja produzindo hormônios o médico poderá indicar a cirurgia para remoção do mesmo.

O acompanhamento da sua tireoide é parte importante da sua rotina de saúde, visando garantir que seus hormônios estejam em níveis adequados para que você possa usufruir de qualidade de vida e bem-estar.